Adesão à greve dos bancários aumenta em todo o país

Fonte: O Globo impresso e On Line – Rio de Janeiro e São Paulo

Trabalhadores pedem reajuste de 12,8% e Febraban diz que é “impensável”

Aumentou a adesão à greve dos bancários hoje, segundo dia de paralisação da categoria, afirmou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), entidade que representa os bancários. A entidade, no entanto, ainda não informou o número de agências fechadas hoje no país. O presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, criticou os bancos, que estariam entrando com ações na Justiça do Trabalho para tentar esvaziar o movimento.

Cordeiro disse que, antes mesmo do início da greve, o Banco do Brasil havia entrado com pedido de “interdito proibitório” para impedir a aproximação de representantes do sindicato de agências. “Isso desrespeita o legítimo direito de manifestação dos trabalhadores. O interdito proibitório é um instrumento para previnir invasões de terra e não greve de trabalhadores“, afirmou Cordeiro.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que representa os bancos, ainda não comentou a greve nem as acusações da Contraf hoje.

Bancários e representantes dos bancos já realizaram cinco rodadas de negociações. Na última delas, sexta-feira, a Fenaban ofereceu 8% de reajuste salarial, que inclui 0,56% de aumento real. Os trabalhadores querem 12,8%, ou 5% de aumento real.

Segundo a Contraf, a desembargadora Mônica Torres Brandão, da 6ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, decidiu a favor do direito de greve da categoria e condenou qualquer medida discriminatória ou de retaliação contra os trabalhadores que aderirem e participarem do movimento.

Estamos enviando uma petição, com foco no BB, à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde o sindicato mantém denúncias contra os interditos”, disse a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.

Ela disse que também apresentou na Justiça do Trabalho um pedido de reconsideração do interdito e um mandado de segurança com o objetivo de anular os efeitos da liminar. Juvandia disse que o sindicato vai solicitar ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a fiscalização de práticas irregulares cometidas pelo BB, como os contingenciamentos e a utilização da intranet da empresa para pressionar os bancários a não aderir ao movimento grevista. “Uma ação civil pública contra essas práticas também está sendo ingressada na Justiça do Trabalho“, disse a presidente do sindicato, por meio de uma nota.