Rita Cortez fala da sua trajetória profissional em live da OAB Jovem/RJ

“Eu sempre quis ser advogada trabalhista, fiz estágio no Sindicato dos Gráficos do Rio de Janeiro e o meu primeiro trabalho foi no escritório do trabalhista Celso Soares, que depois veio a presidir o IAB”, afirmou a Advogada da AJS Presidente Nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita Cortez, ao participar nesta quarta-feira (27/5) de uma live, a convite da OAB Jovem/RJ, dentro do projeto Trajetórias. A conversa foi conduzida pelo advogado Luiz Felipe Tostes, membro da OAB Jovem/RJ, que pediu a Rita Cortez que encerrasse o bate-papo com uma frase que servisse de conselho aos jovens advogados. “Não seja um analfabeto político”, disse a advogada, recorrendo a uma máxima do dramaturgo alemão Bertolt Brecht.

De acordo com a presidente do IAB, “o advogado precisa ter a capacidade de compreender o desenrolar dos fatos importantes que acontecem no País, para, com isso, analisar como eles afetam a vida dos seus clientes”. Rita Cortez contou sobre a sua atuação no movimento estudantil na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “Reabrimos o centro acadêmico num período difícil, durante o regime militar”, relembrou. Após o estágio e o primeiro emprego com Celso Soares, a jovem advogada abriu o seu próprio escritório, tendo como sócios alguns colegas que também davam os seus primeiros passos no escritório do trabalhista. “Desde então, a AJS Advogados sempre teve uma forte atuação no âmbito do Direito do Trabalho, com também na área sindical”, disse.

A advogada relembrou as interferências autoritárias nos sindicatos naquele período final da ditadura militar. “O movimento sindical sofreu uma forte intervenção, com presidentes de sindicatos sendo nomeados e empossados pelo regime ditatorial”, afirmou. Em seguida, falou sobre as mudanças pelas quais passou a advocacia. “Naquela época, havia a chamada clínica geral na profissão, em que os advogados atuavam em vários ramos do Direito, enquanto hoje há um fortalecimento da especialização, com o surgimento de segmentos, como compliance e o Direito da Moda”, explicou.

Sobre os conflitos enfrentados, nas últimas décadas, pelo Direito do Trabalho, Rita Cortez disse: “A Justiça do Trabalho vem sendo ameaçada de extinção desde a reforma do Judiciário e, mais ainda, com a reforma trabalhista, o que fez com que muitos colegas trabalhistas passassem a atuar na área do Direito Previdenciário, em maior número, mas também na área de Família e Sucessões”.

A advogada também relatou ter sido diretora do Sindicato dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro (Saerj) e presidente da Associação Carioca dos Advogados Trabalhistas (Acat), antes de se tornar a segunda mulher a presidir o IAB e a primeira a ser reeleita. Os outros conselhos dados por Rita Cortez aos jovens advogados, atendendo a pedido de Luiz Felipe Tostes, foram “dedicação ao estudo, para poder compreender o Direito e reunir condições de estabelecer estratégias, e ser ético com os colegas e os clientes”.

O jovem advogado pediu, por fim, que a advogada trabalhista destacasse uma grande satisfação profissional. “Sinto uma enorme alegria por minha filha Joana ser advogada”, afirmou.

Fonte: IAB